1.11.06

Capítulo 33: (Daniela)

Fátima me viu na cozinha enterrada em um pote de sorvete e me olhou cheia de perguntas, mas não fez nenhuma.
_Tá, ok, pára de me olhar! Eu sei que estou fazendo uma grande merda!_ explodi.
_Eu não estou te condenando, é você que está assim._ ela limpou a mesa com um pano.
_Ele começou a me seduzir, aí eu fui fraca e...
_Daniela?_ interrompeu-me._Ninguém faz nada sozinho, você não foi parar na cama dele como um passe de mágica!
_Eu tenho que sair dessa, eu preciso ir para um lugar bem longe...
_Fugir não resolve nada._ sentou-se ao meu lado.
_Fátima, eu..._ senti um nó na garganta, larguei o pote de sorvete._... eu to gostando do meu cunhado! Eu amei dormir com ele e isso é horrível!
_Por quê?_ ela achou normal.
_Simples, porque quando a minha irmã acordar eu falo o que para ela? Vai pensar que estou me vingando... _comecei a balançar o pé, estava em um nervosismo absoluto.
_Daniela, presta atenção..._ Fátima segurou a minha mão com muito carinho e sua voz pausada trouxe paz para o meu ser._... Vocês duas já cruzaram suas linhas do amor duas vezes. Nada disso é à toa, não é por acaso que você veio parar aqui. O Ricardo já estava esperando por você. Ele precisou passar pela sua irmã para te encontrar...
_Do que está falando?_ franzi a testa.
_Eu conheço o Ricardo desde moleque. E vi os olhos dele sempre te admirando, dá para perceber como ele ficou hoje, quando viu o Guimarães com você. Ficou doido de ciúme!
_Jura?_ senti uma emoção por ouvir aquilo. Um friozinho delicioso na barriga.
_Talvez seja melhor contar para Guimarães o que está acontecendo... Depois terá que ver como resolve isso com Ricardo...
_Nem quero pensar nisso..._ respirei fundo e fechei os olhos.
_Não pense muito, viva. Porque a vida pode acabar tão rápido...
_Eu sei disso..._ lembrei-me do acidente._ Por que eu fiquei viva e não minha irmã?
_Porque vocês precisavam consertar os caminhos e essa foi a maneira...
_Esse barulho é do carro do Guimarães?_ perguntei e Fátima levantou-se para olhar através da janela da cozinha.
_Sim, é. Ele tá indo embora. Estranho não ter falado com você._ comentou.
_Ai, meu deus! Será que Ricardo falou com ele...?
_Estou com fome, gente!_ Ricardo apareceu na cozinha sorrindo e isso respondeu a minha pergunta, ele, pelo visto, não tocara no assunto com Guimarães.
_Por que vocês não saem para comer fora?_ Fátima propôs e Ricardo e eu nos olhamos. Sabíamos que aquela proposta significava seu apoio àquele romance.
_Vamos?_Ricardo perguntou meio tímido.
_Eu aceito._ sorri e pedi para me esperar tomar um banho.
Foi a primeira vez que me arrumei para sair, desde o acidente de Alice há 3 meses. Ela nunca mais acordara e Ricardo e eu ficávamos cada vez mais apaixonados. O jantar, nem preciso dizer que foi delicioso. Comemos um rodízio de massas em um restaurante italiano divino. Ricardo e eu não paramos de conversar um só minuto. Ao entrarmos no carro, ele não ligou imediatamente o automóvel:
_Você quer ir para casa agora?_ perguntou.
_O que você sugere?_ olhei-o.
_..._ ele deu um sorrisinho e virou a chave. Rapidamente estávamos entrando em uma avenida cheia de motéis na beira da estrada._... Você quer?
Pensei em Alice apaixonada por Guimarães, nas palavras de Fátima, ouvi as batidas do meu coração:
_Só se tiver um espelho bem grande._ pisquei o olho.
_Você é pior do que eu esperava..._ zombou e me deu um beliscão na perna de leve.
_Eu? Você me faz essas propostas indecentes..._ ri maquiavélica e o portão da garagem se abriu.
Quando a porta da suíte se fechou atrás de nós, eu me senti uma mulher pouco experiente, sem saber como agir, com medo, um pouco de vergonha... Mas antes que eu concluísse o melhor lugar para colocar as mãos, Ricardo aproximou-se e me beijou. Aquele beijou que começa com uma leve puxada na nuca. Puxou a barra do meu vestido para cima e acariciou minha bunda. Abri-lhe os botões da camisa e aspirei seu perfume. Caímos na cama e o espelho do teto foi testemunha da nossa heresia.
_Você não tem medo de se arrepender?_ perguntei sem fôlego.
_Eu só me arrependo do que não fiz._ levantou todo meu vestido e me amou inteira.
Abraçados, sonolentos e realizados, ficamos curtindo os nossos corpos grudados.
_Você é tudo que eu sempre esperei._ falou-me e isso me remeteu a previsão de Fátima de que ele me esperava._ Eu amo você...
_O que está dizendo?_ levantei a cabeça do seu peito.
_Eu não preciso de permissão, nem de assinar nenhum papel para dizer o que eu estou sentindo: eu amo estar com você, viver com você...
_Eu também estou gostando muito de você e isso me dá medo..._ me aconcheguei em seus braços e adormeci.

4 comentários:

Anônimo disse...

nossa Li!! perfeito esse capitulo... o que mais vai acontecer ???? ta ótimo!!!! quero saber do churras heim!!!

Anônimo disse...

Poxa, não vai ter capítulo novo hj??? :((((
Beijos!

Anônimo disse...

É...pelo visto, prevejo trovoadas e fortes tempestades de vento pela frente... Li, você escreve como alguém que já tivesse uma larga experiência de vida... Parabéns!!! Mas me diga: quando é que você vai escrever um livro de suspense??? Bjs

Anônimo disse...

:) rs eu já escrevi um de suspense, mas está escrito apenas em impresso, tb tem um que não é suspense, pretendia que esse fosse o próximo rs. vou pensar no seu caso haha beijocas leitor.