19.9.06

Capítulo 19: (Daniela)

A minha vida amorosa foi um campo de batalha com nenhuma vitória e muitas minas ainda ativas. Por isso, ando com cuidado neste terreno. Mas ultimamente só tenho a dizer que estou feliz. É um friozinho na barriga que sobe a cabeça e me tira a razão perigosamente.

Guimarães tinha um papo enciclopédico, sempre circundando todos os assuntos do momento, do passado e do porvir, com um toque de galanteio irresistível. E eu sabia que era fraca para aquilo e ainda, pior (!), me deixava com total permissão me levar pelo ritmo do seu encanto e sedução. Era um teatrinho excitante do formal e casual que jogávamos à dois, para que ninguém sonhasse o que ocorria da esquina para lá da empresa...

Até aquela quinta-feira, um dia em que algo não estava bem. Ele me pareceu um pouco sério depois de um telefonema que eu havia transferido, simplesmente o encontrei absorto na sala, apertando a caneta como tique nervoso. De portas fechadas, eu sabia que não era encenação, ele de fato me ingnorou, me fez me sentir algo menor àquilo que mexia com a cabeça dele.

Isso me deu pavor. Pavor que tive medo de ser ciúme. Ciúme que, se existisse, denotava paixão. Paixão, não!Isso não! Eu não podia ficar tão envolvida assim... Mas, mas... Se outra se envolvesse antes e era nessa outra irreal que ele estava pensando?

_Está preocupado?_ perguntei, enquanto colocava alguns papéis em cima da mesa.
_Nada demais..._ balançou a cabeça para os lados, como se seus devaneios fossem fumaça que se disperssassem no ar. Ficou de costas, olhando a rua através do vidro azul escuro. Mãos nos bolsos, cabeça no infinito._Dani?_ ele só me chamava assim, quando a linha tênue entre o que manda e o que quer ser mandado se rompia._ virou-se e me puxou delicadamente pelos braços, olhou nos meus olhos._ Vamos para casa?_ pediu sério e por alguns segundos achei que pudesse ser minha última chance de aceitar ou não pôr aquilo em diante.


_Agora?_ ri nervosa.
_..._ ele continuou olhando fixo e borboletas voaram em meu estômago.
_Daqui a dois minutos eu desço._ falei séria também.
Não imaginei aquele momento sendo tratado com a seriedade de um acordo comercial, mas aquela medida certamente era um marco de abandono aos nossos fantasmas passados e um sim ao presente. E o presente éramos nós.

Quando chegamos em sua casa, fomos diretos e fixos para o seu quarto, onde ele era um terceiro, que eu ainda não conhecia.

Entre o sério, o descontraído e o romântico, esse foi o mais saboroso descobrir. Desceu-me a alça da blusa e arfou no meu pescoço, escorregando a boca pela curva do colo. Deslisou por dentro de todas as reentrâncias com volúpia.


Abri-lhe a camisa e arremecei para o nada. Experimentei a fronteira entre pele e o pêlo que desejava há tanto sondar. As bocas expeliam o ar quente do vulcão que emergia seus líquidos com a brutalidade de um cisma libidiano. E caímos fracos, ao sabor da carne. Como um fruto que se solta e abre ao solo, pendemos um sobre o outro, na cama.

Ele tinha um peso e uma força bruta, musculosa, larga, grossa, que envolvia, segurava, penetrava desejo à dentro. Ainda puxei o lençol com esforço, de costas, tentei fugir, mas as mãos que me contiveram, tomaram minha nuca, eriçando todos os pêlos. Era tarde, fluí e me derramei por inteiro.

Senti os fios sedosos entre meus dedos, dialogamos em uma língua silenciosa, braíllica, felina. Sorri e esqueci onde começava meu eu. Era a sensação de princípio e fim de tudo. O topor, o suor, o silêncio indolor do nada: o êxtase.

Desfalecemos os dois, num abraço úmido e pacífico, engolidos por um narcótico sono profundo.

8 comentários:

Anônimo disse...

hummm a coisa custou, mas esquentou!!!!!!!!!!!! E depois o q aconteceuuuu?? conta, conta, rs!
Bjs

CA

Anônimo disse...

Uaaaaaaaaaaaaaaau...

Pelo bisto valeu a pena esperar!!!!

Rsrsrsrsrsrs

Beijocas miga =)

Anônimo disse...

Li do céu... esse capitulo me fez imaginar coisas e coisinhas que eu não vejo a hora de ver o senhor Di e colocar tudo isso emprática!!!hauauha!!!

Anônimo disse...

:) Eu já conto, vocês são gulosinhas heheheh :)
Calma, só acendi a chama agora vai!...
Beijos, queridas leitoras!

Anônimo disse...

Aff... que lenha é essa menina!!!!!
Demorou mas mandou ver no capítulo hein?!
O outro foi trankilo e nesse a chapa esquentou...hahaha!!!!!


Ê coisinhas que passaram pela cabela de Tati!!! E o Ro no campo...aff!


Bjks Li

Li Mendi disse...

esquentar sempre é bom hehehe agora a estória ficará uma loucura!!!! beijos!!!!!!!
Li

Lívia Costa disse...

UAU!!

Lívia Costa disse...

UAU!!