9.8.06

Capítulo 2: (Daniela)

_Ai, vamos sentir sua falta. _ a voz embargada da Fran, o último abraço, aquelas pessoas ao meu redor com os olhos de adeus prestes a desaguar... tudo parecia exatamente o oposto à minha chegada aos Estados Unidos, quando tudo foi só alegria, ansiedade e esperança.

_Vão nada! E as minhas bagunças, a música alta?... _ ri para levantar o astral e eles riram juntos. _ Não vamos sentir falta mesmo. _ Marcos fez uma careta, arrancou mais risos nervosos de todos. Olhei-o longamente, até que seu riso morreu e ele me puxou para um abraço. _ Se cuida, princesa. _ beijou-me as bochechas várias vezes até ficar bem perto do canto da boca, ainda senti a respiração quente nos meus lábios. Afastou-se e, novamente seus olhar marino, azul, fixou-se em mim, penetrante. Tantas noites de baladas, de loucuras à dois, de descompromisso. E agora, eu via que não queria sair de perto dele. Sempre fizemos planos de que nós voltaríamos para o Brasil, mas os planos nem sempre seguem o rumo de seus donos e ele decidiu ficar.

_Tenho que ir... _ lancei mais um olhar para meus amigos, um sorriso, um aceno e a lágrima eu não deixei ninguém ver, pois eu já estava dentro do carro. Limpei o rosto com as costas das mãos e pedi para o taxista seguir rumo ao aeroporto. Afundei-me no banco e fechei os olhos. Logo eles se abririam para ver meu Brasil. Minha terra quente, de um quente natural, não esse calorão novaiorquino de verão, mas aquele sol amarelo de praia. Logo o cheiro de café, de feijão, de churrasquinho.

Pena que o retorno não seria tão bom assim. Pois, só tinha a minha irmã para contar e ela não gostava de mim. Nunca gostara. Nessas horas, eu pergunto a Deus por que levou nossos pais para me deixar com alguém assim... Alice era o resultado de uma mulher frustrada interiormente. Ela puxara o esforço de papai e eu, a beleza de mamãe, inumeráveis vezes ela nos resumiu assim, quando eu era pequena. Dizia que, com um sorriso, eu conseguia tudo que ela levaria muita energia para arrancar. Não sabia que magia era essa que ela via em mim, mas sabia que essa coisa magnética que me permitia atrair a atenção das pessoas provocara sempre muita inveja. E isso nos afastou. Não agüentava mais ouvir que eu lhe roubava tudo e que nunca iria a lugar nenhum só com um rostinho bonito. Hoje, com o dinheiro dela, com o sucesso como uma dona de uma loja de roupa e com a cosmética, ela parecia realizada. Estava bonita, desfilando de carrão, com um marido. Pronto. Tinha tudo. E eu sabia que se aproximava a hora de ela jogar isso na minha cara.

Segui no vôo refletindo sobre meu futuro. A viagem foi insolitamente intranqüila, não consegui relaxar, senti enjôos. Mas, quando vi o céu do meu Rio de Janeiro bem no entardecer, meu coração disparou. Novamente ao lar retorna a filha pródiga. Uma sensação ótima de pertencimento, de fazer parte de um povo, de identificar-me com seus costumes. Das mãos que tocam, do sorriso alegre do carioca, do pagode nos carros, das novelas passando nas pequenas tvs de restaurantes.

Mais um táxi e eu já estava na frente da casa correspondente ao endereço na minha mão.
Um suspiro, o dedo estendido.

Toquei a campanhia.

7 comentários:

Anônimo disse...

Que figura interessante eim? Ai ai conta mais!!!!!!!!

Anônimo disse...

Até amanhã!


e não entendi pq ela não é paulista! hahahaha (detalhe que a Alice faz lembrar o estresse paulistano, né não?? Mas, xiiiu... q não me ouçam falando mal!! haha)

Anônimo disse...

aiai!!!! quando vem o próximo capítulo heim Li ???? ta ótima a história!!!! to adorando!!!!! nota 10 pra vc li, porque não existe além de 10... senão te daria mais! bjão!!!!!!

Anônimo disse...

Ai, pra quando é o próximo capítulo?!??!?!?!?1?! Não vejo a hora! Amei!

Anônimo disse...

Vim espiar se havia novo capítulo! Beijos! CA

Anônimo disse...

rss daniela era pra ser.. Eliane =p

rssssssss

lindinha =p

Anônimo disse...

(risos) Já estou imaginando o choque galáctico que essa convivência será!!! (risos mais empolgados!!!)

Parece um bom trio: um garotão paciente, uma patricinha estérica, bem sucedida e uma filha pródiga com um rostinho bonito, sortuda e solteira. Eiiiita! \o/

Eu estou aguardando minha mãe para sairmos. Vou acabar lendo o livro todo só esperando! (risos)

Vamos, vamos, ao próximo capítulo!