11.10.06

Capítulo 27: (Daniela)

Eu já estava naquele hospital havia três dias. O acidente pareceu não apenas girar o carro no ar, mais virar também a minha vida de cabeça para baixo. Agora eu já podia ficar de pé e ir ao banheiro sozinha. Felizmente hoje poderia sair daqui.
Caminhei pelo corredor, em busca do número que Ricardo havia me informado ser o da minha irmã. Eu precisava vê-la. Quando abri a porta e entrei, dei de cara com Guimarães, que pareceu levar um choque e se afastou de Alice. Ricardo estava na administração, assinando tudo que era necessário para eu poder ir para casa e Guimarães devia ter aproveitado para ficar à sós com Alice..
Ele tentou manter uma conversa amistosa, perguntou sobre meu pé engessado.
_Eu pensei que ela fosse morrer._ cortei-o, mostrando que não estava para um papo fingido.
_Eu ainda tenho esse medo.
_Ela vai acordar, ela me prometeu que faria isso por você._ olhei-a imóvel na cama.
_O que ela falou?
Virei-me para ele, estava cheio de olheiras, com o terno em desalinho, cansado.
_Tudo bem se não quiser falar... _ ele disse.
_Ela ficou com medo de te perder. _contei-lhe.
_Ela sempre me teve._ ele respirou bem fundo e sentou, absolutamente rendido de todas as forças para lutar.
_Alice estava com medo de te perder para a morte, de não está aqui mais para viver ao seu lado.
_Isso é uma loucura. O cara que é marido dela é meu melhor amigo!_ era possível ver desespero na sua voz.
_Vocês se amam e não é uma coisa com que nem eu, nem Ricardo, podemos lutar.
_Nem eu..._ riu da própria fraqueza._ Eu tentei de todas as formas...
_Esquecê-la? É, eu sei..._ deixei implícito que sabia que ele me usara para tirá-la da cabeça. Eu mereço!
_Desculpe, desculpe... Eu estava gostando do nosso...
_Eu não quero ouvir nada disso... Se não se importa. _ cortei-o gélida.
_Claro, tudo bem. _ constrangeu-se.
_Agora como pretende vir aqui todos os dias, sem dar na telha?_perguntei.
_Não sei._ ele ainda não havia pensado nisso.
_Teremos que fingir._ sugeri.
_Fingir? _ele franziu a testa.
_Se Ricardo achar que nós estamos juntos, entenderá você vindo comigo vê-la.
_Isso não é justo. _desconsiderou._Eu não quero enganar o meu amigo.
_Não pense que vai ser fácil para mim compactuar com vocês dois, porque ele não vai me perdoar, quando descobrir!
_Se não quiser, não precisa, Daniela...
_Eu prometi a ela._fui taxativa.
_E como fazemos, então?_ por fim concordou e ali vi que estava disposto a tudo a lutar pela minha irmã.
A porta se abriu e era Ricardo, com flores nas mãos. Explicou que chegaram para Alice, colocou em um jarro ao lado da cama. Guimarães e eu ficamos quietos, olhando-o cuidar das rosas amarelas e pensei que ele era legal demais para descobrir que mentíamos.
Estiquei a mão e dei-a para Guimarães, que a olhou e depois me fitou com os olhos medrosos. Apertei-a e nós sabíamos que começava ali o nosso pacto de silêncio.
Ricardo virou-se, seus olhos se fixaram em nossas mãos dadas e ficou sério. Ele entendeu o recado simbólico que eu e Guimarães deixávamos.
_Eu preciso ir._ virei-me para Guimarães e o beijei nos lábios rapidamente.
Ricardo adiantou-se até a porta e Guimarães falou que também sairia, pois precisava resolver algumas coisas no escritório. Antes de ir, me puxou para um abraço e sussurou no meu ouvido:
_Obrigado.
_Torça para isso acabar logo. _aconselhei.

6 comentários:

ªline disse...

Fiquei pensando na estória hoje. Estou ansiosa pela seqüência dos fatos.
Não deixe de me avisar.
beijos.

Limendi disse...

Claro, pode deixar que aviso. Beijos, querida leitora!

AleB disse...

AI!!! Agora enrolou tudo novamente!!

Anônimo disse...

Caramba... essa Daniela é mais forte do que eu imaginava... sensacional Li!!!!
ah... agora vc também tem leitores na cidade de Dourados - mS!!

Anônimo disse...

aii li...só quero ver daqui para frente..crente que a dani ia por a boca no mundo...e enquanto isso vou torcendo para ela e o ricardo ficarem juntos...acho que eles tem tudo a ver....

Anônimo disse...

rs. agora a história vai virar uma delícia! Será imperdível, leitoras, voltem sempre! Beijocas.